Chegamos à um momento que não havia mais nada a fazer. Tudo estava pronto. Era só continuar e cuidar pra que continuasse assim, pra sempre. Mas não era o suficiente. Queríamos mais, eu queria mais. Ainda não sei o que tu queria.
A: O que você quer?
Eu queria mudar aquela coisa feita-embalada-vendida que compramos em um feira de segunda, e torná-la feita e embalada ao ritmo da nossa música. Com no máximo 4 notas e algumas variações de tempo. Acontece, que meus acordes não cabiam no alcance das notas agudas da tua voz.
Tua voz tirava minha concentração e eu me perdia nas menores notas e tornava o nosso som uma bagunça sonora. Tuas palavras sempre saiam com uma velocidade e força que as cordas do meu violão não conseguiam suportar e estouravam, cortando minha mão. Eu continuava tentando acompanhar teu ritmo com o sangue escorrendo dos meus dedos e com tamanha dor que só acalmava quando você começava cantar aquele refrão.
O refrão acaba e começa outro verso. Verso-Ponte-Refrão-Verso-Refrão. Eu teimava eu colocar mais uma ponte antes do refrão repetir, mas você sempre pulava do verso pro refrão afirmando ter medo de a ponte desabar. Pulamos a ponte e fomos para o refrão novamente.
A dor nos meus dedos acalmava a cada acorde, a cada batida que a palheta dava na corda, a cada palavra que a tua voz cantava. Acabou o refrão mais uma vez e tu esqueceu de escrever outro verso e eu esqueci de compor mais algumas variações de notas pra música continuar. Tua voz não saiu e eu parei de forçar minha mão arrancar sons das cordas que restavam. Ficamos em silêncio procurando por outras palavras pra tentar continuar, e quando encontramos algumas palavras perdidas já havíamos esquecidos o ritmo da música. A música parou, e a nossa canção não disse mais nada.
B: Eu quero tudo.
A: O que você quer?
Eu queria mudar aquela coisa feita-embalada-vendida que compramos em um feira de segunda, e torná-la feita e embalada ao ritmo da nossa música. Com no máximo 4 notas e algumas variações de tempo. Acontece, que meus acordes não cabiam no alcance das notas agudas da tua voz.
Tua voz tirava minha concentração e eu me perdia nas menores notas e tornava o nosso som uma bagunça sonora. Tuas palavras sempre saiam com uma velocidade e força que as cordas do meu violão não conseguiam suportar e estouravam, cortando minha mão. Eu continuava tentando acompanhar teu ritmo com o sangue escorrendo dos meus dedos e com tamanha dor que só acalmava quando você começava cantar aquele refrão.
O refrão acaba e começa outro verso. Verso-Ponte-Refrão-Verso-Refrão. Eu teimava eu colocar mais uma ponte antes do refrão repetir, mas você sempre pulava do verso pro refrão afirmando ter medo de a ponte desabar. Pulamos a ponte e fomos para o refrão novamente.
A dor nos meus dedos acalmava a cada acorde, a cada batida que a palheta dava na corda, a cada palavra que a tua voz cantava. Acabou o refrão mais uma vez e tu esqueceu de escrever outro verso e eu esqueci de compor mais algumas variações de notas pra música continuar. Tua voz não saiu e eu parei de forçar minha mão arrancar sons das cordas que restavam. Ficamos em silêncio procurando por outras palavras pra tentar continuar, e quando encontramos algumas palavras perdidas já havíamos esquecidos o ritmo da música. A música parou, e a nossa canção não disse mais nada.
B: Eu quero tudo.
Lindo! Narrar uma história através da musicalidade requer poesia e imensidão. Parabéns!
ResponderExcluir