domingo, 15 de maio de 2011

Fim.

*Desmoronaram as letras e as palavras.
Caiu todo o sentimento que eu construí ao longo do tempo. Todo o tempo que eu achei ter contado no relógio. Pilhas fracas, horas repetidas. São quantos tempos? São quantas horas? Foram quantas horas? Foi quanto tempo? Foi quanto sentimento? Foi muito. Foi todo. Foi pouco. É nada. Um relógio parado. Sem futuro, só com o passado. Resolvi parar no tempo. Resolvi deitar na minha cama com as minhas letras penduradas nas paredes - da mesma forma que um jogador pendura as chuteiras no fim do jogo porque não venceu. Aceito a derrota. Aceito ser o perdedor. Aceito cair. Eu vivo caindo.

*Acabaram todas as canções do rádio.
De novo a culpa é das pilhas. Ou da eletricidade. Talvez das contas que ficaram à pagar. Das memórias que eu nunca irei apagar. Das canções que eu não ouso cantar e não ouso mais ouvir. Da estação que só toca a estática e do trem que nunca vai chegar. Desliguei o rádio e nem pensei em ligar a TV - tu também não está lá. Tu não está aqui e não está nem aí. Aceito a tua falta de estar e a minha falta de ser. Mas a gente poderia, ao menos, dizer alguma coisa, apenas pra canção não acabar com a falta de palavras.

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